Apresente sobre forma de relato como você é atendido no espaço escolar público e no espaço privado. E se existe mudança quanto ao atendimento seguindo? Horário, pagamento de taxas, comportamento das pessoas, exigências, entre outros. Para você o que diferencia a Instituição de Ensino Pública da Instituição Privada.

Curso Docência do Ensino Superior

Aula Legislação do Ensino Superior e Políticas Públicas em Educação

Proposta de discussão
por Prof. Roberta Fabiane Moreno da Silva Carvalho

Este é um post de uma série, com o objetivo de realizar um acompanhamento histórico da minha passagem como aluna de dois cursos superiores 100% EAD. Aonde vou manter registro das minhas participações nos fóruns e outras atividades. Vamos lá!

Inicialmente é importante salientar pontos críticos a minha experiência no meio acadêmico desde o seu início, afim de fundamentar os argumentos e relatos dos pontos solicitados a este fórum. Meus estudos do Ensino Básico ao Superior se deram a partir do Setor Privado, na região metropolitana de São Paulo. Conclui o Ensino Superior na Universidade Mackenzie em 2001, como Designer Gráfico, ou Desenhista Industrial. Em seguida realizei uma Pós-graduação na Rio Branco, Faculdades Integradas na época, um MBA em Branding, não pude concluir o curso por motivos pessoais familiares, aonde a realidade da vida se chocou com o idealismo. Mais do que isso, desde criança questionei as instituições sociais que nos cercam, seus valores, interesses e reais contribuições para o aprimoramento da humanidade. Desde então paralisei meus estudos formais, focando apenas em aprimoramento contínuo autodidata a partir da especialização das qualidades profissionais e pessoais às acadêmicas formais. Desenvolvi uma natural tendência a pesquisa e desenvolvimento científico independente de regulamentação ou atribuição de títulos, permitindo uma liberdade de aprofundamento e senso crítico multidisciplinar, combinando temáticas de exploração ampla ou detalhada de forma fractal e segmentada às orientações de inspiração e motivação pessoal na busca do desenvolvimento do SER e não apenas do SABER, assim como no refinamento e amplitude da minha consciência humana.
Contudo, desenvolvi metodologias técnico-operacionais para Arquitetura de Informação e User Experience Design, aglutinando conhecimentos da área de exatas e humanas. E assim, após conquistar destaque no meio profissional pela qualidade do trabalho aplicado, fui convidada a lecionar no Ensino Superior. Isso me colocou em contato de volta ao sistema acadêmico e da urgência em retomar estudos formais, surgiu a tentativa de cursar uma nova graduação em Matemática. Novamente a formalização do estudo logo aprisionou a disponibilidade pessoal em detrimento a realidade do dia a dia impedindo a continuidade de tal empreitada.
Durante o percurso destes 17 anos de experiência profissional e acadêmica, formal ou não, houve contato com diversos tutores de renome, também com histórico tanto acadêmico quanto profissional. E todos pontuavam sua opinião sobre meu potencial em alcançar sucesso em qualquer iniciativa tanto por atividades de empreendedorismo, quanto a possibilidade de aplicar-me diretamente a um doutorado. Tudo devido a forma como elaboro e aglutino conhecimento afim de trabalhar inovação aplicada a resultados benéficos concretos que podem ser recriados, testados, formulados, modularizados e replicáveis.

Hoje me deparo com mais uma iniciativa, com abordagem diferenciada de estudo combinado a tecnologia da informação, neste curso de Especialização, no formato EAD. A idéia de trabalhar no meu ritmo à distância, sob minha própria tutoria, me agrada muito. Entretanto hoje mesmo, realizando a primeira aula deste curso, me deparei com uma realidade do ensino formal que criou um senso sobre o processo de divulgação e a realidade acadêmica. A qual responde ambas as perguntas propostas ao fórum.

O percurso formal acadêmico é lento e doloroso, muitas vezes a orientação e grade curricular aprisiona a mente sobre o ponto de vista da inovação. O objetivo maior da pesquisa, traduzido em um doutorado (e considerando este um título formal acadêmico) é a originalidade de idéias e soluções de problemas reais a sociedade para o desenvolvimento da cidadania e humanidade. Quando incluímos barreiras e estradas pressupõe-se caminhos já traçados e orientados a uma agenda maior manipulada por poderes que lideram ambas as instituições, privadas ou públicas. Os quais, ficam obscurecidos por burocracias ou autocracias associadas a ambas instituições. Tais estradas e barreiras conduzem o pensamento científico à serviço de força maior a sociedade a qual este poder acredita ser legítimo de sua defesa, sem interferência real de qualquer concorrência que possa questionar seus motivos, desejos ou fins.

Inicialmente minha idéia era obter título de mestre. E somente agora ficou clara, para mim, a jornada acadêmica e a certificação correspondente a cada escalada. De qualquer forma a proposta do curso foi importante para a compreensão do sistema acadêmico brasileiro, assim como esta aula foi de suma importância para o entendimento do processo de evolução da atuação das instituições públicas e privadas, que à luz da sociedade, possuem motivações diferenciadas, mas sob os olhos minuciosos de um pensador livre, as reconhecem pelo que são.

É exaustivo percorrer o caminho que corrompe o sistema do desenvolvimento humano, através das instituições, sejam públicas ou privadas, os interesses de ambas estão nas mãos de poucos, os quais não temos alcance real para efetivar mudanças significativas a causa. Entretanto, insisto que isso não irá nos impedir de o fazer. Avaliando sob o ponto de vista pessoal do aluno, ambas funcionam como uma prisão do pensamento científico criativo, aonde a instituição privada motiva o lucro e a pública o ego, mas a pesquisa acadêmica é distante ao Sistema Nacional de Inovação, que ainda é imaturo no Brasil. E de qualquer forma acabamos esbarrando em um sistema controlador.

Um exemplo é a Triple Helix, em 1996, por Henry Etzkowitz. E assim, o Brasil, dentro de um movimento globalizado, também possui seu Sistema Brasileiro de Inovação (SBI), que claramente observa uma composição de maior atuação das Grandes empresas, que representam aproximadamente 2% do total nacional, obviamente controladas por capital estrangeiro, que centralizam e coordenam as relações entre os ITCs de conhecimento e as entidades de ensino e o governo, conforme visível na Pesquisa ANPEI de 2014, a qual também aponta que a qualidade da educação é o fator de menor enfoque as ambições do SBI.

Com o olhar maior para as PME-MEs, abre-se a grande possibilidade para a inovação aplicada, favorecendo o desenvolvimento de produtos e serviços com baixo investimento, alta produtividade e potencial escala. Entretanto, a burocracia do processo de desenvolvimento acadêmico de pesquisa, assim como a constante regulamentação e intervenção do governo nestas instituições, impedem um processo mais fluido, natural e rápido para emparelhar a iniciativa dessas pequenas, médias e microempresas ao suporte da produção científica o que culminaria em uma aceleração da inovação no mercado brasileiro. De qualquer forma, fica sempre a pergunta, inovação aplicada ao que? Qual é o propósito a qual as PMEs estariam realmente servindo?

Considerando que as PME-MEs estão mais próximas do público, ou seja, da massa economicamente ativa do país, assim como sob o ponto de vista social, de outros segmentos com maior dependência assistencial. Podemos inferir que estas são as corporações que atuam sob o comando da necessidade direta do consumidor, uma vez que o processo de consagração de uma marca está cada vez mais nas mãos do consenso geral da população. Fato este, descoberto recentemente pelos nossos políticos, nas eleições de 2014, através das redes sociais que foram palanque de discussão e engajamento sócio-político ao ponto de chamar atenção do mundo, como sendo as eleições mais comentadas já registradas na internet até então. 

Em resumo, nenhum estudo acadêmico é desperdiçado. E nenhuma forma de conhecimento ou pesquisa científica é completamente inútil, principalmente sob o ponto de vista da inovação. Agora, sendo a coordenação entre os esforços da realidade profissional e a acadêmica ocorrendo a partir de interesses controlados por um mundo globalizado. Pouco espaço sobra para iniciativas realmente originais que e guiadas ou motivadas por estes interesses que realmente beneficiam a humanidade em seu desenvolvimento do SER e não do TER.

A julgar pelos índices de desenvolvimento humano de cada sociedade no planeta e como a constante interferência de órgãos globais que restringem e coordenam o desenvolvimento controlado de certos países em detrimento a outros. Fica claro que há um jogo de interesse de poucas famílias de histórico milenar de poderio das civilizações humanas e que o isolamento provocado, também criou impérios comunistas com operações questionáveis de controle fascista sobre uma sociedade que mantém-se nivelada por índices de baixa qualidade, mantendo a fonte de serviços de baixo custo para aumento da lucratividade das mesmas corporações controladas por este pequeno grupo.

Enfim, quando a sociedade deixar de valorizar instituições, suas formalidades ou regulamentações e passar a valorizar o ser humano, suas qualidades e capacidades sócio-emocionais, é possível analisar o real valor e a capacidade do pensamento criativo, inovador e original, assim como suas repercussões sobre a humanidade.

 

Referências:
DOURADO, L.F. Reorganização dos sistemas público e privado da educação superior. Linhas Críticas, v. 11, n. 20, jan-jun. 2005.
VILLELA, T.N. & MAGACHO, L.A.M. Abordagem histórica do Sistema Nacional de Inovação e o papel das Incubadoras de Empresas na interação entre agentes deste sistema. Artigo apresentado no XIX Semnário de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas, 2009.
Pesquisa Anpei 2014. www.anpei.org.br
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em:. Acesso em: Jul. 2012.
BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria de Direito Econômico. Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor. Cartilha: Instituições privadas de ensino superior. Brasília/DF, 2007. p. 1 – 16.
MASSI, Cosme Damião e JUNIOR, Oswaldo Giacóia. Ética e Educação. In, SERBINO,Raquel Volpato(org.) Formação de professores. São Paulo: UNESP, 1998 – Seminários e Debates.